A geração Y é multifuncional e veloz, mas não se aprofunda


por Eugênio Mussak, presidente da Consultoria Sapiens

Publicado em: 26/05/2011  |  Leituras: 84  |  Fonte: Redação Qualidade Brasil |  Hora: 00h02min
Hoje, as empresas olham com bons olhos a pessoa que continua curiosa, com brilho no olho e querendo agregar valor a tudo que faz, afirma Eugenio Mussak, um dos pioneiros em educação corporativa no Brasil. Os jovens que ingressam no mercado de trabalho costumam ter essas características. Mas de que forma manter a empolgação, reinventar-se, inovar como profissional? Essas e outras respostas Mussak dará na palestra que fará na quinta-feira durante o CongregaRH 2011. O evento, que começa na quarta e se encerra na sexta, será realizado no Centro de Eventos da PUCRS, na Capital.

Zero Hora – Em uma de suas obras, o senhor fala em se fazer uma coisa de cada vez. Como encaixar essa teoria quando o mercado exige cada vez mais do profissional?

Eugenio Mussak – O mundo está dinâmico, e as novas gerações estão sendo treinadas para, desde garotos, brincarem no videogame ao mesmo tempo em que falam com o amiguinho no celular e escutam música. A geração Y consegue fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo. Mas, acredite, é difícil se ter qualidade dessa forma.

ZH – Essa seria uma dica para a geração Y, que é bastante apressada e às vezes tenta abreviar caminhos?

Mussak – Sem dúvida. A geração Y se conecta rapidamente, é veloz, e multifuncional, mas não se aprofunda. Esses jovens não se focam e podem se tornar superficiais.

ZH – A destreza em relação à tecnologia, entretanto, é uma das habilidades que tornam esses jovens atraentes ao mercado. Que outras características hoje em dia são importantes para um profissional?

Mussak – As empresas, hoje, estão avaliando os profissionais, os funcionários de um modo geral, baseadas em duas variáveis. A primeira variável é a entrega, o resultado daquilo que a pessoa está fazendo. E a segunda variável é essa disposição para aprender para evoluir, para inovar.

ZH – Porque a criatividade e a inovação são tão relevantes para o mercado de trabalho contemporâneo?

Mussak – Inovação se tornou um valor dentro das organizações. Não apenas uma decisão estratégica ou muito menos uma ferramenta de gestão. Mas as empresas já perceberam que, se não estiverem em permanente processo de inovação, vão perder espaço, porque as concorrentes estão evoluindo.

ZH – Como estimular a cultura da inovação na empresa?

Mussak– É preciso estar aberto para que as pessoas sejam levadas a apresentar ideias. Acima de tudo, deve-se estimular a iniciativa. Assim, elas serão levadas a fazer coisas diferentes, a correr risco e tudo mais. E aí a empresa precisa estar preparada para isso, porque qualquer organização que tenha uma cultura de inovação terá aumentada consideravelmente a possibilidade de erro. Errar tentando fazer diferente faz parte do processo.

ZH – O senhor quer dizer que o erro precisa ser visto com outros olhos pelas empresas?

Mussak– Deve haver tolerância com o erro que vem da tentativa de fazer diferente, mas quando o erro vem do desleixo, da incompetência, deve ser punido. O erro da tentativa de inovar, ao contrário, deve ser valorizado – desde que a pessoa tenha aprendido com isso.

ZH – Como o profissional pode se abrir para isso?

Mussak – Hoje, a empresa olha com bons olhos a pessoa que continua curiosa, continua com brilho no olho, querendo agregar valor a tudo que faz. Antes de tudo, é preciso desenvolver uma intenção de evoluir e ter a consciência de que você não é absolutamente um produto pronto e acabado.

ZH – De que maneira se dá essa “sacudida”?

Mussak– A empresa não tem a responsabilidade de desenvolver as pessoas, mas tem a responsabilidade de oferecer os meios para que ela se desenvolva. Então, a pessoa tem de procurar, tem de fazer por onde.






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